Poesia de Alice 06.12.2024
Falam tanto em preconceitos...
Vamos ser realistas nesta vida
Pelo menos por um momento
Nunca se ouviu falar tanto
Na palavra “preconceito”
E mesmo sem saber direito
Até as crianças falam sem parar
E com toda a razão deste mundo
É preciso mesmo isso desabafar
Ninguém mais aguenta injustiças
Contra negros , LGBTs
Sendo que todos eles pertencem
Ao mesmo planeta dos “ reis”
Basta ligar a televisão e assistir
Diariamente um telejornal
Um debate, um encontro ...
Tudo já está ficando...natural
Até para os que deveriam proteger
Todas as classes sem distinção
Sempre surge alguém entre eles
Que esquece totalmente sua função
Espancando até a morte um ser humano
Que na verdade merecia sua atenção
E tudo isso às vezes fica na impunição
Mesmo se falando em preconceitos
De todas as espécies e em todo lugar
Parece que se esquecem de um detalhe
Que no meu entender não dá pra calar
Que é também sobre os filhos adotivos
Que discretamente sofrem preconceitos
E muitas vezes têm vergonha de falar
Como se não tivessem o mesmo direito
De seu sofrimento compartilhar...então
Continuam a ouvir inúmeras asneiras
De filhos legítimos com cérebros de pulgas
De tão pequenos de almas que são
Creio em meu leigo conhecimento
Neste poema tentando me expressar
Que não se fala constantemente sobre isso
Abertamente como se deveria abordar
Por milhares ... em todo e qualquer lugar
O que neste momento aqui tento explicar
É que inúmeros adotivos também sofrem
Injúrias devido a preconceitos absurdos
Porque certas pessoas que se julgam “mais”
Se acham no total direito de diminuí-los
Jogando na cara que são uns pobres coitados
Que por simples pena e consideração
Muitas vezes só os adotaram por pura ocasião
Mas, que depois de criados – por que não se vão ?
Ou ainda há quem se ache no direito de criticar
Por que afinal um adotivo na vida quer se formar
Se muitos filhos naturais nem podem estudar
Até que ponto uma pessoa assim preconceituosa
Recalcada, mal informada, e asqueirosa como tal
Consegue viver em paz com sua consciência
Se não faz outra coisa a não ser se incomodar
Com as vitórias do preto, dos LGBTs ou adotivos
Que nem ela própria nesta vida se propôs almejar
Até que ponto nós seres racionais vamos chegar
Se nos igualarmos aos bichos e então disputar
Espaços hierárquicos por falta de discernimento
Seria por inveja, incapacidade ou descontentamento
Achando-se no direito de julgar alguém pela sua cor
Pelo seu ser ou amar, ou por outro útero se gerar
Tendo nas veias esses seres a mesma cor de sangue
Então...quem está precisando ser julgado é você
Que não merece ser chamado de “ser humano”
Uma vez que você mesmo é tão desumano
Tão mesquinho a ponto de não perceber
A grandeza de Deus em cada SER
ALICE GÖDKE
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